Na manhã desta quinta-feira (26), a Polícia Federal deflagrou uma operação em São Bento, no Sertão da Paraíba, com o objetivo de combater a compra de votos e o aliciamento violento de eleitores (o voto de cabresto atual) nas eleições municipais de 2024. A ação visa desmantelar uma associação criminosa que estaria exercendo controle de território para influenciar o pleito eleitoral por meio de coerção e abuso de poder econômico.
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Segundo a PF, os investigados, alguns com extensa ficha criminal, inclusive por crimes violentos, estariam utilizando violência e intimidação para forçar os eleitores a votarem em um candidato apoiado pela organização. A investigação, batizada de "Operação Coactum", apura também o uso de armas e a distribuição de dinheiro em espécie com o objetivo de comprar votos.
Durante a operação, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, todos autorizados pelo juiz da 69ª Zona Eleitoral de São Bento. Nas buscas, duas pessoas foram presas em flagrante por posse de armas de uso restrito, e diversas armas, incluindo uma metralhadora .40, pistolas e revólveres, foram apreendidas, além de aparelhos celulares e documentos ligados à investigação.
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Um dos principais alvos da operação é Rafael Silva Cavalcante, conhecido como Rafinha Banana, candidato a vice-prefeito de São Bento pelo partido Republicanos. Ele é suspeito de utilizar seu poderio econômico para distribuir dinheiro e coagir eleitores. De acordo com a Polícia Federal, Rafinha Banana e seus aliados estariam circulando armados pela cidade com o intuito de intimidar a população, como apontam fotografias e vídeos anexados à investigação.
“O poderio econômico do candidato estaria o permitindo realizar distribuição de dinheiro em espécie, na cidade de São Bento, com a manifesta intenção de realizar a compra de votos e tanto ele, quanto pessoas que são ligadas, estariam trafegando armados pela cidade, com o intuito de constranger eleitores, para a manifesta finalidade de obtenção de votos, conforme fotografias e videos anexados à representação, onde supostamente aparecem amigos, parentes e apoiadores do investigado, conforme quatro nomes de pessoas mencionados na representação”, diz a Polícia Federal.
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A manifestação encaminhada à Justiça Eleitoral pela PF, apontou um caso em que um aliado de Rafinha Banana registrado como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), estava fazendo campanha portando arma de fogo. Apesar do registro na condição de CAC, o revólver não poderia ser usado em locais com aglomeração, nem com consumo de bebidas alcóolicas.
O relatório da operação também revelou que Rafinha Banana, empresário bem-sucedido no setor de apostas, já foi destaque na imprensa por ganhar mais de R$ 12 milhões em apostas políticas em 2022. Agora, em 2024, ele teria apostado um prédio de dois pisos em favor da vitória da oposição.
Ao autorizar os mandados, a Justiça Eleitoral considerou que as buscas eram essenciais para confirmar a participação do candidato e seus aliados nos crimes investigados. Os presos e o material apreendido foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal em Patos para a continuidade das investigações.
Por Patos Online
Com informações da PF